sábado, 22 de outubro de 2011

Entrevista: conheça "Casa Laboratório"

Você já conhece o Espaço Cultural Casa Laboratório? Trata-se de um ambiente permanente de criação cênica, aberto a comunidade de Ipatinga, MG. Esse espaço cooperativo trabalha com programas destinados a população que não tem acesso a arte e a cultura por meio de cursos gratuitos e de ações dentro da cidade. São quatro anos investindo em pesquisa, apresentações e formação artística em dança e teatro no Vale do Aço.


Em setembro desse ano, parte da equipe do Casa Laboratório veio até Viçosa e nos brindou com a peça “A mulher que vendeu o marido por 0,99!” A equipe do Papo de Bastidor esteve presente na ocasião e entrevistou o preparador vocal, diretor musical e ator Wadson Lourenço, que contou mais sobre o grupo.

Papo de Bastidor: onde nasceu a iniciativa do Espaço Cultural Casa Laboratório?
Wadson: Os fundadores já haviam participado de iniciativas semelhantes anteriormente. Essa experiência os levou a criar o Espaço Cultural Casa Laboratório. A início seria apenas um grupo de atores que trabalhariam com teatro. Mas depois, com o tempo, isso foi se tornando maior e acabou virando o espaço que é hoje. Atualmente funcionamos em uma casa no bairro Iguaçu, em Ipatinga. Lá nós temos biblioteca, sala de áudio e vídeo, um espaço para ensaios de teatro e dança, e em breve uma lan house comunitária.

Papo de Bastidor: fale sobre os espetáculos em cartaz pelo Casa Laboratório.
Wadson: O Casa Laboratório tem, atualmente, seis espetáculos em cartaz.

Uma trilogia de literaturas de cordel:
São três peças frutos de uma pesquisa em literatura de cordel. A comédia “A mulher que vendeu o marido por 0,99” utiliza ritmos que vão desde o xote ao funk para contar a história de uma mulher cansada da exploração do marido preguiçoso. “De repente... três contos de cordel” conta a história de uma trupe que peregrina pelo sertão e vivencia as mais diferentes fábulas nordestinas e “A avareza do marido e o adultério da mulher: do jeito que o diabo quer”, inspirado no texto de Ariano Suassuna, que trata das fraquezas mais sujas do homem, atentado pelo diabo e protegido pelos santos.
Peça: A avareza do marido e o adultério da mulher: do jeito que o diabo quer.

Peça: A mulher que vendeu o marido por 0,99

Infantis:
São duas peças destinadas ao público infantil e para todos aqueles que têm uma criança dentro de si. “Ali... na terra do nunca” conta como nascem as fábulas e as histórias. Uma verdadeira viagem folclórica onde elementos da cultura popular brasileira são explorados de maneira lúdica. “O pequeno príncipe” mistura muita cor, música e cenário sugestivo para contar a história de um principezinho e sua viagem por planetas e descoberta de valores.


Peça: Ali... na terra do nunca.

Drama:
Histórias em preto e branco conta a saga de pessoas que sobrevivem ao caótico universo de uma metrópole. Em meio a tantos encontros e desencontros eles se descobrem sem compromisso e vivem romances em um espetáculo bonito e poético.

Papo de Bastidor: Para encerrar, quais as dificuldades de fazer teatro hoje em dia?
Wadson: Vou falar pela experiência que temos em Ipatinga. O grande fator que dificulta, além do recurso financeiro, é a formação do público. Por isso, nosso trabalho inicial foi de formar um público que gosta de ir ao teatro.

"Cultura no Brasil é vista como distração, e não como profissão!"

Hoje nós temos um público que acompanha não só o nosso grupo, mas também os grupos de Ipatinga, seja no teatro, nas artes plásticas ou na dança. Tudo isso é fruto do esforço em oferecer um trabalho diferenciado. Eu acho que cada grupo tem que se destacar por isso. Ficar no monótono resulta em um trabalho sem qualidade e sem identidade própria.

One response to “Entrevista: conheça "Casa Laboratório"”

Carlos d'Andréa disse...

Boa entrevista, Bruno!!
Sugestões: coloquem os créditos da foto e procurem no YouTube algum trecho em vídeo das peças citadas!

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