Humor inteligente e de qualidade

Bom texto, qualidade técnica e humor bem dosado. Essa parece ser a fórmula do sucesso de “A mulher que vendeu o marido por 0,99”, apresentada na última quarta-feira (07/09) no Espaço Cultural Fernando Sabino, na UFV. O espetáculo é uma produção do Espaço Cultural Casa Laboratório, dedicado à pesquisa, apresentação, formação e criação artística em dança e teatro.

A peça, que está há quatro anos em cartaz, conta a história de Côca, uma mulher sofrida e amargurada pelo marido que decide se livrar da opressão conjugal de uma vez por todas. Em cena, seis atores e um percussionista ditam o ritmo da peça que é diferente da maioria das produções já vistas na cidade. Marcada pela literatura de Cordel, os atores são, ao mesmo tempo, os contadores da história e os próprios personagens dela.

A equipe do Papo de Bastidor foi muito bem recebida no camarim momentos antes da apresentação. O que se pode notar tanto nos bastidores quanto no palco foi a sintonia entre os jovens atores. Seja no figurino, cenário e até mesmo na maquiagem, tudo foi pensado de acordo com uma visão nordestina, estereotipada na dose certa. A comédia, responsável por arrancar gargalhadas do público, também era carregada de estereótipos, mas trabalhada de forma que agradou os presentes. A interação com a plateia foi outro ponto positivo da apresentação. Em certo momento os atores desciam do palco e caminhavam pelo teatro como forma de aproximar o público da história.

Outro ponto alto da peça era os momentos em que os atores cantavam em cena. A coreografia e a marcação de palco eram agradáveis de se ver. Houve alguns erros durante a apresentação, mas o jogo de cintura para contorná-los também foi um espetáculo a parte, o que provou o preparo dos atores para quaisquer problemas em cena.

A casa estava cheia e o público aprovou o que viu. O estudante de Ciências Sociais Alan Ribeiro ressaltou que “a peça faz o público repensar alguns valores de maneira engraçada e de forma que todos entendem”. O estudante de Engenharia Elétrica e também ator Jonathan Oliveira já havia assistido a peça anteriormente, mas se surpreendeu mais uma vez. Segundo ele “a peça é fantástica, cativante e envolve o público com um humor palpável”.

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